COVID-19  e Meio Ambiente: tem tudo a ver.

Poucos esperavam o que estava por vir em 2020. O ano da pandemia do COVID-19 foi marcado por situações adversas; desde o processo de isolamento e quarentena mundial, até a modernização forçada de diversos serviços e atividades. Apesar de estarmos sofrendo muito, de certa forma estamos aprendendo bastante também. Não há dúvidas de que as mudanças causadas pelo vírus global vão deixar marcas (positivas ou não) por muito tempo em toda a sociedade. Todavia, um dos aspectos mais interessantes desse estado de isolamento global é a sua repercussão ambiental.

Com a restrição da circulação de meios de transportes poluidores, interrupção do funcionamento da indústria e diminuição geral do consumo de bens supérfluos, era esperado que persenciaríamos mudanças abruptas em escala mundial. É o que ficou bem evidente na observação de imagens de satélite, detectando um declínio dramático na emissão de gases poluídores, segundo a reportagem de março da BBC. Imagens da NASA, que foram utilizadas para medir a quantidade de dióxido de nitrogênio (gás poluidor, emitido principalmente por veículos automotivos e instalações industriais) comparam diretamente a emissão desse gás em datas diferentes; de janeiro a fevereiro de 2019 e 2020. A diferença na abundância do composto, na atmosfera, é abrupta. A informação fica ainda mais interessante quando levamos em conta os últimos dados compilados pela IQAir, publicados no Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 e no ranking das cidades mais poluídas, constatando que a má qualidade do ar constitui uma das maiores ameaças à saúde humana, com cerca de 90% da população mundial respirando ar abaixo de níveis apropriados. Segundo Frank Hammes, CEO da IQAir, cerca de sete milhões de mortes por ano são causadas pela poluição do ar.

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Imagens de satélite fornecidas pela NASA, detectando um declínio dramático na emissão de gases poluídores em Wuhan, numa comparação entre 2019 e 2020.

Esse é só um exemplo dos vários disponíveis na internet do impacto antrópico que a situação de pandemia do corona vírus jogou na nossa cara. A preservação do meio ambiente, portanto, é urgente. É sabido que o consumo desenfreado e a não-preservação da natureza acabará por trazer consequências irremediáveis: alertas de cientistas do risco que a destruição de ecossistemas pode causar ao mundo todo são consantes. É o caso do derretimento de geleiras e o desmatamento exacerbado, que acaba por expor nós, humanos, a viroses e micróbios – que antes encontravam-se previamente isolados – podendo ser fatais; muito piores que o corona vírus.

 O covid-19, por exemplo, é uma zoonose que poderia ser evitada em circunstâncias de consumo mais responsável; a origem da doença se deu por meio de morcegos (até onde se sabe, segundo últimas informações da Organização Mundial de Saúde). A natureza e os seres humanos participam de um sistema interligado, e o surgimento de zoonoses pode ser amenizado por meio do impedimento de práticas prejudiciais à fauna, como:  fragmentação de habitats, comércio ilegal de animais, proliferação de espécies invasoras, e poluição de ecossistemas. Essas práticas prejudiciais são consequência comum da não-obediência de regulações ambientais, falta de planejamento e desrespeito aos órgãos reguladores.

Dessa forma, o barato sai caro no longo prazo, e não só pro responsável pelas infrações, e sim para toda a sociedade. É importante que a conscientização ambiental seja cada vez mais trabalhada na população, visando preservar o planeta, nossos recursos e nós mesmos. É difícil prever se esse período onde o mundo inteiro parou vai mudar a cabeça das pessoas no geral; contudo, é evidente que algumas atitudes deverão ser alteradas imediatamente. Será essa pandemia o suficiente para cessar esse padrão de produção irresponsável e desprezo às causas ambientais? Fica aí o questionamento, que só o futuro poderá nos dizer. Nós da G&P Soluções Ambientais, é claro, ficamos na torcida.

Referências utilizadas:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51699211

https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-pandemia-zoonose/

https://gife.org.br/covid-19-e-meio-ambiente-especialistas-alertam-para-a-importancia-do-equilibrio-entre-a-vida-natural-e-humana/

https://www.nasa.gov/





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Martin Ströher

Martin Ströher

10/07/2020

Acadêmico de Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  Atua como estagiário, encarregando-se de vistorias de campo, análises de meio físico e relatórios técnicos. Atua também no atendimento de clientes, no contato direto com órgãos ambientais, e na elaboração de documentos legais, como protocolos e ofícios.

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